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rosas á vida

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ainda que á morrer o coração ainda pulsa , rosas á vida e não á morte ainda que sangre , que doa ,que soframos por isso , levantemo-nos e respiremos. rosas á vida

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Rudolf Bultmann

1. O debate a respeito da demitização (1941-1952)
Rudolf Bultmann (1884-1976) foi professor na Universidade de Marburg e participou das disputas teológicas no período da Teologia Dialética. Em 1941, apresentou sua palestra Novo Testamento e mitologia ou Manifesto da demitização. Este Manifesto, que teve quatro diferentes redações entre 1941-1952, questionava acerca do que o NT tem a dizer ao homem moderno.
Bultmann acredita que o discurso do NT é mitológico e não pode ser proposta ao homem de hoje: “Não podemos utilizar a luz elétrica e o rádio, ou, em caso de doença, recorrer às modernas descobertas médicas e clínicas e, ao mesmo tempo, acreditar no mundo dos espíritos e dos milagres que o NT propõe.”
Há um abismo entre a cosmovisão mitológica do NT e a do cosmovisão científica mundo modeno. A mensagem do NT é expressa em linguagem coerente com a antiga imagem mítica do mundo: Encarnação de um ser preexistente; Morte expiatória; Ressurreição; Descida aos infernos; Ascensão ao céu; Retorno no final dos tempos; Escatologia dos acontecimentos finais; é tudo produto de uma visão mitológica de mundo! A proposta de Bultmann, então, é: “Portanto, se o anúncio do Novo Testamento deve conservar uma validade própria, não há outra saída senão demitizá-lo.”
Bultmann identifica uma dupla tarefa na demitização: a) NEGATIVA: é a crítica da imagem de mundo expressa no mito; b) POSITIVA: é o esclarecimento da verdadeira intenção do mito. Estas duas tarefas, a crítica e o esclarecimento, se unem na tarefa hermenêutica, na interpretação das Escrituras. Demitizar, portanto, não consiste em eliminar o mito, como fez a teologia liberal, mas em interpretá-lo numa perspectiva antropológica/existencial, que ainda é capaz de falar ao homem de hoje.
Os críticos apontaram equívocos diversos no trabalho de Bultmann: Oscar Culmann o acusou de demitizar o que não deveria, isto é, os fatos da história; Karl Barth disse que ele errou ao comprometer o NT com o existencialismo de Heidegger; Karl Jaspers o criticou por absolutizar a ciência moderna e a visão iluminista acerca do mito, que era extremamente negativa.
2. R. Bultmann: Crer e compreender (1933-1965)
Em sua mais significativa obra, os quatro volumes de ensaios de teologia sistemática Crer e compreender, Bultmann apresenta a reflexão teológica dos pressupostos hermenêuticos apresentados no Manifesto. Para ele, a Palavra de Deus é Querigma, apelo à decisão; acolhê-la é compreender a si mesmo de modo radicalmente novo! A teologia cristã fala deDeus, mas não sobre Deus! Ele não é o objeto da teologia, mas sim sua revelação. Ela é a base para o discurso teológico. Assim, falar de Deus significa ao mesmo tempo falar do homem. A teologia fala de Deus para o homem: “Podemos falar dele [de Deus] somente na medida em que falamos de sua palavra dirigida a nós, de sua ação a nós dirigida.”
Heidegger e Bultmann:
Mas, como falar do homem? Bultmann encontrou na filosofia existencial de Heiddeger um instrumento que considerou adequado para falar das estruturas da existência humana. Para Heidegger, o ser do homem é existência, ex-sistere, um ser-fora-de-si, um ser-além, que o homem busca em suas decisões e ações. É um poder decidir-se, poder-ser. Nesta busca, o homem pode orientar-se e decidir-se de acordo com duas modalidades, dois modos diferentes de compreender-se e decidir-se: a) EXISTÊNCIA INAUTÊNTICA: no nível do mundo, das coisas, fuga de si; b) EXISTÊNCIA AUTÊNTICA: no nível de si mesmo, da aceitação de si;
Existência autêntica na fé:
Bultmann aplicou essas categorias à fé cristã: a) EXISTÊNCIA INAUTÊNTICA:é o pecado, viver por conta própria; b) EXISTÊNCIA AUTÊNTICA: é a fé, o abandono a Deus; A existência autêntica de acordo com a analítica de Heidegger, ainda continuava a ser existência inautêntica para o NT, segundo Bultmann. A existência autêntica não está centrada no pode do homem, mas em Deus e em sua Palavra. Aindaque a filosofia de Heidegger seja a melhor, para Bultmann, ela pode apenas analisar as estruturas formais da existência, mas não pode resolver o problema. Somente a Palavra de Deus anunciada e ouvida na fé pode realizar esta tarefa.
O Querigma:
Querigma é uma palavra grega que vem significar a proclamação de um decreto autorizado. Para Bultmann, a Palavra de Deus é querigma: “É a palavra que tem poder, que é eficaz. Ser pronunciada é essencial para essa palavra. Ela é anunciada e deve ser ouvida. É diretriz a ser seguida; ordem a ser observada.” É a palavra que interpela, é apelo! O evento da salvação é o evento da palavra, isto é, a salvação chega ao homem na proclamação da palavra interpelante do querigma e na sua acolhida dessa pela fé. A Igreja é o lugar da palavra, pois é mediante a Igreja e os seus mensageiros que ela é pregada. Assim, a Igreja fundamenta-se no evento da salvação/evento da palavra!
O Evento Cristo:
Mas qual é o conteúdo do querigma? O evento da salvação é o evento Cristo, por isso, o conteúdo do querigma é Cristo! Há dois modos de entender a iniciativa salvífica de Deus em Cristo: a) MODO OBJETIVO: ela se atualiza em acontecimento da história, que atingem o seu clímax na ressurreição de Cristo; b) MODO EXISTENCIAL: ela se atualiza no concreto encontro com a Palavra de Deus e na renovação da existência. É evento da salvação para mim. O conteúdo do Querigma, portanto, é a pregação da Igreja, o anúncio cristão, onde se confessa Jesus como o Cristo, e não Palavra de Jesus. Ele não diz respeito ao Jesus Histórico, mas à mensagem de que Jesus é o Cristo.
História e Escatologia:
Em que consiste, então, a esperança cristã? Qual a relação entre escatologia e história? Segundo Bultmann, o AT não conhece a doutrina do fim da história. A escatologia é uma novidade da literatura apocalíptica, fruto do judaísmo tardio. Mundo onde nasceu o cristianismo primitivo. Paulo e João superaram esta visão, historicizando a escatologia, que não se dará num grande evento cósmico, mas começa com o aparecimento de Jesus Cristo e se repete infinitas vezes na história. Escatológico, então, é o que é decisivo para a existência! A esperança cristã consiste na crença no futuro de Deus como cumprimento da vida humana.
Barth e Bultmann:
A teologia de Bultmann é produto da aplicação da interpretação existencial ao NT. Outros também a utilizaram, mas não com importância Bultmann lhe deu. Barth foi um dos maiores e mais importantes críticos. Em sua Dogmática Eclesial, ele contrapõe a Bultmann com uma compreensão trinitária da revelação: Estas [as afirmações de fé]dizem respeito a toda a existência humana. Possibilitam e fundamentam sua compreensão cristã, e tornam-se assim – transformadas – também determinações da existência cristã. Mas não são originariamente isso. Originariamente elas designam o ser e o agir de Deus, do Deus que é diferente do homem e vem ao encontro desse homem: do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não devem, pois, ser reduzidas a afirmações a respeito da vida interior do homem. Bultmann, ao contrário, defendia uma concepção antropológico-existencial para a revelação.

3. Nova pesquisa do Jesus Histórico (1953-1964)
A obra de Bultmman reacendeu a pesquisa sobre o Jesus Histórico que terminara no início do século XX (1906), com a publicação da obra de Albert Schweitzer. Na época de Bultmann, dois fatos novos, com os quais ele esteve envolvido, propiciam o renascimento desta questão: a) A teologia dialética rompendo com a teologia liberal; b) O novo método de crítica bíblica: a história das formas.
Bultmann se interessa por pesquisas historiográficas sobre Jesus, mas elas não são tão relevantes para a fé. Relevante é o Cristo da Fé. Para ele, o Cristianismo começa com a experiência da Páscoa e o querigma da igreja, isto é, com o anúncio da fé em Cristo.
Posições e resultados da nova pesquisa:
a) Bultmann insistiu numa teologia existencial: o cristianismo nasce com a fé pascal, com o querigma que a comunidade primitiva confessa. Há continuidade, mas não concordânciacom o Jesus Histórico.
b) Os discípulos de Bultmann reconstruíram uma ponte entre o Jesus Histórico e o querigma da igreja, uma unidade objetiva. O querigma carrega em si o Jesus Histórico.
c) Os teólogos não-bultmannianos traçaram uma via histórica mais ampla. Eles confiam mais na pesquisa histórica, estando interessados em delinear mais uma figura dos traços essenciais de Jesus, do que uma ligação entre o Jesus Histórico e o Cristo do NT.
Entre historicismo e existencialismo:
O resultado da controvérsia foi, de um lado, a assimilação dos modernos métodos histórico-críticos, em um número cada vez maior de teólogos, tanto protestantes como católicos; e, de outro, a individuação de uma via histórica para remontar do Cristo do NT ao Jesus histórico.
a) A Old Quest [Antiga Busca] movia-se no terreno histórico, perdendo de vista o aspecto teológico.
b) A posição de Bultmann movia-se firmemente no terreno existencial, perdendo de vista a relevância teológica do aspecto histórico.
c) A New Quest [Nova Busca] pôs as premissas para a elaboração de uma teologia histórica.

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